Regulamento para as reuniões de estudo

Regulamento para as reuniões de estudo no GEAK

O objetivo e o caráter da Sociedade Grupo de Estudos Espírita Allan Kardec está claramente definido em seu estatuto. Esse objetivo é, pode-se dizer, exclusivamente, o estudo da Ciência Espírita. Tanto esse é o nosso foco que promovemos o Projeto Conhecer, Sentir, Viver Kardec – convite a todos os espíritas sinceros para divulgarem e vivenciarem o Espiritismo tal qual nos foi entregue pelos benfeitores espirituais e Kardec.

O resgate de Kardec para dentro das Casas Espíritas passa por necessidades de vivenciarmos normas de conduta e interação para podermos estudar a Doutrina com calma e recolhimento, integrados no verdadeiro espírito de fraternidade. Kardec expôs nos estatutos da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas que: “A Sociedade não admitirá senão as pessoas que simpatizem com seus princípios e com o objetivo de seus trabalhos, as que já se achem iniciadas nos princípios fundamentais da ciência espírita, ou que estejam seriamente animadas do desejo de nesta se instruírem. Em consequência, exclui todo aquele que possa trazer elementos de perturbação às suas reuniões, seja por espírito de hostilidade e de oposição sistemática, seja por qualquer outra causa, e fazer, assim, que se perca o tempo em discussões inúteis.” (1)

Por isso, fundamentados em Allan Kardec, todo indivíduo que seja ocasionador de perturbação (ostensiva ou sub-repticiamente) será convidado a rever as suas posições e, caso queira permanecer com o mesmo comportamento, não poderá mais frequentar as reuniões de estudo; por isso essas serão fechadas. Para ser admitido no grupo de estudo é necessário avaliação da Direção para constatação das intenções do aspirante às nossas reuniões.

E, de forma a enfatizar que não estamos criando nada novo, enumeramos algumas palavras do Codificador sobre o assunto:

1. O Espiritismo “é a doutrina que vai ao coração e à razão dos que a compreendem e sobretudo dos que a praticam” (2);

2. “Assim como há Espíritos protetores das associações, das cidades e dos povos, Espíritos malfeitores se ligam aos grupos, do mesmo modo que aos indivíduos. Ligam-se, primeiramente, aos mais fracos, aos mais acessíveis, procurando fazê-los seus instrumentos e gradativamente vão envolvendo os conjuntos, por isso que tanto mais prazer maligno experimentam, quanto maior é o número dos que lhes caem sob o jugo;” (3);

3. “Todas as vezes, pois, que, num grupo, um dos seus componentes cai na armadilha, cumpre se proclame que há no campo um inimigo, um lobo no redil, e que todos se ponham em guarda, visto ser mais que provável a multiplicação de suas tentativas” (3);

4. “Todas as reuniões, seja qual for o seu objetivo, deverão premunir-se contra um escolho: o dos caracteres trapalhões, que parecem nascidos para semear a perturbação e a cizânia, onde quer que se encontrem” (2);

5. “Além dos notoriamente malignos, que se insinuam nas reuniões, há os que, pelo próprio caráter, levam consigo a perturbação a toda parte aonde vão: nunca, portanto, será demasiada toda a circunspeção, na admissão de elementos novos” (4);

6. “Pode-se, pois, estatuir como princípio que todo aquele que numa reunião espírita provoca desordem, ou desunião, ostensiva ou sub-repticiamente, por quaisquer meios, é, ou um agente provocador, ou, pelo menos, um mau espírita, do qual cumpre que os outros se livrem o mais depressa possível.” (5);

“Fique, pois, bem entendido, que cada um pode e deve externar a sua opinião; mas há pessoas que discutem para impor a sua, e não para se esclarecer. É contra o espírito de oposição sistemático que nos levantamos; contra as ideias preconcebidas, que não cedem nem mesmo perante a evidência. Tais pessoas incontestavelmente são uma causa de perturbação, que é preciso evitar.” (6).

“Em resumo, o que devemos buscar é remover todas as causas de perturbação e de interrupção; manter entre nós as boas relações, de que os espíritas sinceros, mais que outros, devem dar exemplo; opor-nos, por todos os meios possíveis, ao afastamento da Sociedade de seus objetivos, à abordagem de questões que não são de sua alçada, e que degenere em arena de controvérsias e de personalismo.” (7).

Por fim, utilizando as palavras de Kardec, só serão admitidos aqueles que possuam:
A. “Perfeita comunhão de vistas e de sentimentos;
B. Cordialidade recíproca entre todos os membros;
C. Ausência de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã; e
D. Um único desejo: o de se instruírem e melhorarem, por meio dos ensinos dos Espíritos e do aproveitamento de seus conselhos.” (8).

Referências:
(1) – Livro dos Médiuns. Regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Capítulo 1 – Fins e Formação da Sociedade, p. 524. FEB.
(2) – Revista Espírita, Ano III, Abril de 1860. Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, p.162 e 165. FEB.
(3) – Livro dos Médiuns. Das Reuniões e das Sociedades Espíritas. p. 512. FEB.
(4) – Livro dos Médiuns. Das Reuniões e das Sociedades Espíritas. p. 510. FEB.
(5) – Livro dos Médiuns. Das Reuniões e das Sociedades Espíritas. p. 510. FEB.
(6) – Revista Espírita, Ano III, Dezembro de 1861. Organização do Espiritismo, p.535. FEB.
(7) – Revista Espírita, Ano III, Abril de 1860. Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, p.165. FEB.
(8) – Livro dos Médiuns. Das Reuniões e das Sociedades Espíritas. p. 513. FEB.

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