Allan Kardec

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Homenagem ao fundador do Espiritismo, Allan Kardec, pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail

“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.”
“Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.”
“Fora da caridade não há salvação.”
– Allan Kardec

Pequena biografia:

Hippolyte Léon-Denizard Rivail – Allan Kardec nasceu, em 03 de Outubro de 1804 em Lyon, França, no seio de uma antiga família de magistrados e advogados.

Educado na Escola de Pestalozzi, em Yverdum, Suíça, tornou-se um de seus discípulos mais eminentes.
Foi membro de várias sociedades sábias, entre as quais a Academie Royale d’Arras.
De 1835 à 1840, fundou em seu domicílio cursos gratuitos, onde ensinava química, física, anatomia comparada, astronomia, etc.

Dentre suas inúmeras obras de educação, podemos citar: “Plano proposto para a melhoria da instrução pública” (1828); “Curso prático e teórico de aritmética (Segundo o método de Pestalozzi)”, para uso dos professores primários e mães de família (1829); “Gramática Francesa Clássica” (1831); “Programa de cursos usuais de química, física, astronomia, fisiologia”(LYCÉE POLYMATIQUE); “Ditado normal dos exames da Prefeitura e da Sorbonne”, acompanhado de “Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas (1849).

Por volta de 1855, desde que duvidou das manifestações dos Espíritos, Allan Kardec entregou-se a observações perseverantes sobre esse fenômeno, e, se empenhou principalmente em deduzir-lhe as consequências filosóficas.

Nele entreviu, desde o início, o princípio de novas leis naturais; as que regem as relações do mundo visível e do mundo invisível; reconheceu na ação deste último uma das forças da Natureza, cujo conhecimento deveria lançar luz sobre uma multidão de problemas reputados insolúveis, e compreendeu-lhe a importância do ponto de vista religioso.

As suas principais obras espíritas são: “O Livro dos Espíritos”, para a parte filosófica, e cuja primeira edição surgiu em 18 de Abril de 1857; “O Livro dos Médiuns”, para a parte experimental e científica (Janeiro de 1861); “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, para a parte moral (Abril de 1864); “O Céu e o Inferno”, ou “A Justiça de Deus segundo o Espiritismo” (Agosto de 1865); “A Gênese, os Milagres e as Predições (Janeiro de 1868); “A Revista Espírita”, jornal de estudos psicológicos.

Allan Kardec fundou em Paris, a 1º de Abril de 1858, a primeira Sociedade Espírita regularmente constituída, sob o nome de “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”.

Casado com Amélie Gabrielle Boudet, não teve filhos.

Trabalhador infatigável, desencarnou no dia 31 de março de 1869, em Paris, da maneira como sempre viveu: trabalhando.

(“Obras Póstumas”, Biografia de Allan Kardec, edição IDE)

Locais relacionados a Allan Kardec, em Paris

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Rue de la Harpe: onde Kardec residiu quando retornou a Paris, com 18 anos, em 1822, após terminar seus estudos em Yverdon, na Suiça.

Rue de Sévres: onde Kardec fundou o Instituto Técnico Rivail, localizado no edifício de número 35, o qual funcionou de 1826 a 1834. Chegou a residir no Instituto junto com sua esposa.

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Rue des Martyrs: Kardec e sua esposa residiram nessa rua no prédio de número 8. Foi nesse local que ele escreveu sua primeira obra espírita “O livros dos espíritos”, em 1857. Realizava reuniões em seu apartamento, onde compareciam em torno de 20 pessoas.

Palais Royal: No dia 1 de abril de 1858, Kardec fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, que realizou suas atividades durante dois anos, provisoriamente, nas galeiras Valois e Montpensier, localizadas nos prédios do Palais Royal.

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Rue Tiquetone: onde residia a Sra. Japhet, sonâmbula. Kardec a consultou quando teve problemas na visão, tendo ficado quase cego.

Rue de la Grange-Bateliére: onde residia a Sra. Painemaison, que realizava reuniões com as “mesas girantes” em sua residência. Foi aí que Kardec assistiu, pela primeira vez, a uma reunião de manifestações de espíritos.

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Rue Rochechouart: onde residia a família Baudin, sendo médiuns as meninas Caroline e Julie Baudin, com 16 e 14 anos. Foi aí que Kardec começou a organizar as informações reveladas pelos espíritos durante as reuniões.

Rue de Lille: Local para onde foi transferida a Livraria Espírita e o escritório da Revista Espírita, em 1869. Essa rua é uma das laterais do famoso Museu D’Orsay. Kardec desencarnou enquanto fazia as arrumações para a mudança, no dia 31 de março do mesmo ano.

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Rue Sainte Anne: Kardec transferiu a sede da SPEE para essa rua, na Passagem Saint Anne, localizada no número 59, a partir de 1860. Também passou a residir nesse local, para onde transferiu também o escritório da “Revista Espírita”.

Kardec, obrigado!

Kardec, enquanto recebes as homenagens do mundo, pedimos vênia para associar o nosso preito singelo de amor aos cânticos de reconhecimento que te exalçam a obra gigantesca nos domínios da libertação espiritual.

Não nos referimos aqui ao professor emérito que foste, mas ao discípulo de Jesus que possibilitou o levantamento das bases do Espiritismo Cristão, cuja estrutura desafia a passagem do tempo.

Falem outros dos títulos de cultura que te exornavam a personalidade, do prestígio que desfrutavas na esfera da inteligência, do brilho de tua presença nos fastos sociais, da glória que te ilustrava o nome, de vez que todas as referências à tua dignidade pessoal nunca dirão integralmente o exato valor de teus créditos humanos.

Reportar-nos-emos ao amigo fiel do Cristo e da Humanidade, em agradecimento pela coragem e abnegação com que te esqueceste para entregar ao mundo a mensagem da Espiritualidade Superior. E, rememorando o clima de inquietações e dificuldades em que, a fim de reacender a luz do Evangelho, superaste injúria e sarcasmo, perseguição e calúnia, desejamos expressar-te o carinho e a gratidão de quantos edificaste para a fé na imortalidade e na sabedoria da vida.

O Senhor te engrandeça por todos aqueles que emancipaste das trevas e te faça bendito pelos que se renovaram perante o destino à força de teu verbo e de teu exemplo!…

Diante de ti enfileiram-se, agradecidos e reverentes, os que arrebataste à loucura e ao suicídio com o facho da esperança; os que arrancaste ao labirinto da obsessão com o esclarecimento salvador; os pais desditosos que se viram atormentados por filhos insensíveis e delinquentes, e os filhos agoniados que se encontram na vala da frustração e do abandono pela irresponsabilidade dos pais em desequilíbrio e que foram reajustados por teus ensinamentos, em torno da reencarnação; os que renasceram em dolorosos conflitos da alma e se reconheceram, por isso, esmagados de angústia nas brenhas da provação, e os quais livraste da demência, apontando-lhes as vidas sucessivas; os que se acharam arrasados de pranto, tateando a lousa na procura dos entes queridos que a morte lhes furtou dos braços ansiosos, e aos quais abriste os horizontes da sobrevivência, insuflando-lhes renovação e paz, na contemplação do futuro; os que soergueste do chão pantanoso do tédio e do desalento, conferindo-lhes, de novo, o anseio de trabalhar e a alegria de viver; os que aprenderam contigo o perdão das ofensas e abençoaram, em prece, aqueles mesmos companheiros de Humanidade que lhes apunhalaram o espírito, a golpes de insulto e de ingratidão; os que te ouviram a palavra fraterna e aceitaram com humildade a injúria e a dor por instrumentos de redenção; e os que desencarnaram incompreendidos ou acusados sem crime, abraçando-te as páginas consoladoras que molharam com as próprias lágrimas…

Todos nós, os que levantaste do pó da inutilidade ou do fel do desencanto para as bênçãos da vida, estamos também diante de ti!… E, identificando-nos na condição dos teus mais apagados admiradores e como os últimos dos teus mais pobres amigos, comovidamente, em tua festa, nós te rogamos permissão para dizer: Kardec, obrigado!… Muito obrigado!…

Irmão X (espírito)
(Texto psicografado por F. C. Xavier e publicado em Reformador de outubro de 1985, p. 298.)

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