Importa não se tome em sentido absoluto este princípio: “Não julgueis se não quiserdes ser julgado”, porquanto a letra mata e o espírito vivifica. Não é possível que Jesus haja proibido se profligue o mal, uma vez que ele próprio nos deu disso exemplo, tendo-o feito, até, em termos enérgicos. O que ele quis dizer é que a autoridade para censurar está na razão direta da autoridade moral daquele que censura. Tornar-se alguém culpado daquilo que condena em outrem é abdicar dessa autoridade, é privar-se do direito de repressão. Aos olhos de Deus, uma única autoridade legítima existe: a que se apóia no exemplo que dá do bem.
(Allan Kardec – O Evangelho segundo oespiritismo,Cap. X, item 13)