É assim, meus irmãos, que deveis julgar: são as obras que devem ser examinadas. Se os que se dizem revestidos do poder divino revelam todos os sinais de semelhante missão, ou seja, se eles possuem, no mais alto grau, as virtudes cristãs e eternas: a caridade, o amor, a indulgência, a bondade que concilia todos os corações; e se, confirmando as palavras, lhes juntam os atos; então podereis dizer: Estes são realmente os enviados de Deus.
Mas desconfiai das palavras melífluas, desconfiai dos escribas e dos fariseus, que pregam nas praças públicas, vestidos de longas vestes. Desconfiai dos que pretendem estar na posse da exclusiva e única verdade!
Não, não, o Cristo não está lá, porque aqueles que ele envia, para propagar a sua santa doutrina e regenerar o povo, são sempre, a seu próprio exemplo, mansos e humildes de coração, acima de tudo o mais; os que devem, por seus exemplos e seus conselhos, salvar a humanidade, que corre para a perdição e se desvia por caminhos tortuosos, serão, antes de tudo, inteiramente modestos e humildes. Todo aquele que revela um átomo de orgulho, fugi dele como de uma lepra contagiosa, que corrompe tudo o que toca. Lembrai-vos de que cada criatura traz na fronte, mas sobretudo nos atos, a marca de sua grandeza ou de sua decadência.
– Luís. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 21, item 8.