Fluido Espiritual como veículo do pensamento – Revista Espírita, maio de 1866:
… Na impossibilidade em que está o homem para compreender a própria essência da divindade, não pode dele se fazer senão uma idéia aproximada com a ajuda de comparações necessariamente muito imperfeitas, mas que podem, pelo menos, mostrar- lhe a possibilidade daquilo que, à primeira vista, lhe parece impossível.
Suponhamos um fluido bastante sutil para penetrar todos os corpos, é evidente que cada molécula desse fluido produzirá sobre cada molécula da matéria com a qual está em contato, uma ação idêntica a que produziria a totalidade do fluido. É o que a química nos mostra a cada passo.
Esse fluido, sendo sem inteligência, age mecanicamente tão-só pelas forças materiais; mas se supusermos esse fluido dotado de inteligência, de faculdades perceptivas e sensitivas, ele agirá, não mais cegamente, mas com discernimento, com vontade e liberdade; ele verá, ouvirá e sentirá.
As propriedades do fluido perispiritual podem disso nos dar uma idéia. Ele não é inteligente por si mesmo, uma vez que é matéria, mas é o veículo do pensamento, das sensações e das percepções do espírito, consequentemente, é da sutileza desse fluido que os Espíritos penetram por toda a parte, desvendam nossos pensamentos, vêem e agem à distância; é a esse fluido, chegado a um certo grau de depuração, que os Espíritos superiores devem o dom da ubiquidade; basta um raio do seu pensamento dirigido sobre diversos pontos, para que possam ali manifestar sua presença simultaneamente.
A extensão dessa faculdade está subordinada ao grau de elevação e de depuração do Espírito…