P&R: Como devemos viver no mundo em que estamos?

Como devemos viver no mundo em que estamos?

Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração dos que se reúnem sob as vistas do Senhor e imploram a assistência dos bons Espíritos. Não julguemos, todavia, que, exortando-nos incessantemente à prece e à evocação mental, os benfeitores espirituais pretendam que vivamos uma vida mística que nos conserve fora das leis da sociedade. Não. Eles nos pedem que vivamos com os homens de nossa época, como devem viver os homens. Que nos sacrifiquemos às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas que o façamos com um sentimento de pureza que as possa santificar. Sejamos joviais, sejamos ditosos, mas que nossa jovialidade seja a que provém de uma consciência limpa e seja a nossa ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias que faltam para entrar na posse da sua herança. A virtude não consiste em assumirmos severo e lúgubre aspecto, em repelirmos os prazeres que as condições humanas nos permitem. Basta reportemos todos os nossos atos ao Criador que nos deu a vida; basta que, quando começarmos ou acabarmos uma obra, elevemos o pensamento a esse Criador e lhe peçamos, num arroubo d’alma, ou a sua proteção para que obtenhamos êxito, ou a sua bênção para ela, se a concluímos. Em tudo o que fizermos, que remontemos à fonte de todas as coisas, para que nenhuma de nossas ações deixe de ser purificada e santificada pela lembrança de Deus. Não imaginemos, portanto, que, para vivermos em comunicação com os Bons Espíritos, para vivermos sob as vistas do Senhor, seja preciso cilício e cinzas.

(O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XVII, item 10.)

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