“Compreende-se facilmente toda a diferença entre a obsessão simples e a fascinação.
Compreende-se também que os Espíritos provocadores de ambas devem ser diferentes quanto ao caráter.
Na primeira, o Espírito que se apega ao médium é apenas um importuno pela sua insistência, do qual ele procura livrar-se.
Na segunda, é muito diferente, pois para chegar a tais fins o Espírito deve ser esperto, ardiloso e profundamente hipócrita.
Porque ele só pode enganar e se impor usando máscara e uma falsa aparência de virtude.
As grandes palavras como caridade, humildade e amor a Deus servem-lhe de carta de fiança.
Mas através de tudo isso deixa passar os sinais de sua inferioridade, que só o fascinado não percebe; e por isso mesmo ele teme, mais do que tudo, as pessoas que veem as coisas com clareza.
Sua tática é quase sempre a de inspirar ao seu intérprete afastamento de quem quer que possa abrir-lhe os olhos.
Evitando, por esse meio, qualquer contradição, está certo de ter sempre razão.”
– Allan Kardec. O Livro dos Médiuns, cap. 23, item 239, obsessão por fascinação.