A amizade e a prece
Revista Espírita 1863 » Junho » Dissertações espíritas » (Sociedade Espírita de Viena – Áustria)
(Traduzido do Alemão)
Criando as almas, Deus não estabeleceu diferenças entre elas. Que essa igualdade de direitos entre elas sirva de princípio à amizade, que nada mais é senão a unidade nas tendências e nos sentimentos. A verdadeira amizade só existe entre os homens virtuosos, que se reúnem sob a proteção do Todo-Poderoso, para se encorajarem reciprocamente no cumprimento de seus deveres. Todo coração verdadeiramente cristão possui o sentimento da amizade. Ao contrário, essa virtude encontra no egoísmo das almas viciosas a pedra de tropeço que, semelhante à semente caída sobre rocha árida, a torna infecunda para o bem.
Rodeai vossa alma pelo muro protetor de uma prece cheia de fé, a fim de que o inimigo, interno ou externo, aí não possa penetrar.
A prece eleva o Espírito do homem para Deus, o desprende de todas as preocupações terrenas, o transporta para um estado de tranquilidade, de paz, que o mundo não lhe poderia oferecer. Quanto mais confiante e fervorosa for a prece, melhor é escutada e mais agradável é a Deus.
Quando, inteiramente penetrada de zelo santo, a alma do homem se lança para os céus na prece íntima e ardente, os inimigos interiores, isto é, as paixões do homem, e os inimigos externos, isto é, os vícios do mundo, são impotentes para forçar os muros que a protegem.
Homens, orai a Deus com toda confiança, do fundo do coração, com fé e verdade!