Citações em imagens: Perseguir os outros pela crença que professam

Pelos inimigos do Espiritismo – O Evangelho Segundo o Espiritismo

CAP. 28 – COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS

51 – Prefácio – De todas as liberdades, a mais inviolável é a de pensar, que compreende também a liberdade de consciência. Lançar o anátema contra os que não pensam como nós, é reclamar essa liberdade para nós e recusá-la aos outros, e é violar o primeiro mandamento de Jesus: o da caridade e do amor do próximo.

Perseguir os outros pela crença que professam, é atentar contra o mais sagrado direito do homem: o de crer no que lhe convém, adorando a Deus como lhe parece melhor.

Constrangê-los à prática de atos exteriores semelhantes aos nossos, é mostrar que nos apegamos mais à forma do que à essência, mais às aparências do que à convicção.

A abjuração forçada jamais produziu a fé. Só pode fazer hipócritas. É um abuso da força material, que não prova a verdade.

Porque a verdade é segura de si mesma; convence e não persegue, porque não tem necessidade de fazê-lo.

O Espiritismo é uma opinião, uma crença; fosse mesmo uma religião, por que não teriam os seus adeptos a liberdade de se dizerem espíritas, como a tem os católicos, os judeus e os protestantes, os partidários desta ou daquela doutrina filosófica, deste ou daquele sistema econômico?

Esta crença é falsa ou verdadeira: se for falsa, cairá por si mesma, porque o erro não pode prevalecer contra a verdade, quando a luz se faz nas inteligências; e se é verdadeira, a perseguição não a tornará falsa.

A perseguição é o batismo de toda idéia nova, grande e justa, cuja propagação aumenta, na razão da grandeza e da importância da idéia.

O furor e a cólera dos seus inimigos são equivalentes ao temor que ela lhes infunde.

Foi essa a razão das perseguições ao Cristianismo na antiguidade, e essa a razão das perseguições ao Espiritismo, na atualidade, com a diferença de que o Cristianismo foi perseguido pelos pagãos, e o Espiritismo o é pelos cristãos.

O tempo das perseguições sanguinárias já passou, é verdade, mas se hoje não matam o corpo, torturam a alma.

Atacam-na até mesmo nos seus sentimentos mais profundos, nas suas mais caras afeições.

As famílias são divididas, excitando-se a mãe contra a filha, a mulher contra o marido.

E mesmo a agressão física não falta, atacando-se o corpo no tocante às suas necessidades materiais, ao tirarem às pessoas o próprio ganha pão, para reduzi-las à fome. (Cap. XXIII, nº 9 e segs.)

Espíritas, não vos aflijais com os golpes que vos desferem, pois são eles a prova de que estais com a verdade. Se não o estivésseis, vos deixariam em paz, não vos agrediriam.

É uma prova para a vossa fé, pois é pela vossa coragem, pela vossa resignação, pela vossa perseverança, que Deus vos reconhece entre os seus fiéis servidores, os quais já está contando desde hoje, para dar a cada um a parte que lhe cabe, segundo suas obras.

A exemplo dos primeiros cristãos, orgulhai-vos de carregar a vossa cruz.

Crede na palavra do Cristo, que disse: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, porque deles é o Reino dos Céus.

Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma”.

E acrescentou: “Amai aos vossos inimigos, fazei bem aos que vos fazem mal, e orai pelos que vos perseguem”. Mostrai que sois os seus verdadeiros discípulos, e que a vossa doutrina é boa, fazendo, para isso, o que ele ensinou e exemplificou.

A perseguição será temporária. Esperai, pois, pacientemente, o romper da aurora, porque a estrela da manhã já se levanta no horizonte. (Cap. XXIV, nº 13 e segs.)

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