“De há muito, a experiência há demonstrado ser errôneo atribuir-se aos Espíritos todo o saber e toda a sabedoria, e que bastaria dirigir-se ao primeiro Espírito que se apresente para conhecer todas as coisas.
Saídos da humanidade, os Espíritos constituem uma de suas faces. Assim como na Terra, entre eles há os superiores e os vulgares; muitos deles, pois, científica e filosoficamente, sabem menos do que certos homens; eles dizem o que sabem, nem mais, nem menos.
Do mesmo modo ocorre com os homens, os Espíritos mais adiantados podem instruir-nos sobre maior porção de coisas, dar-nos opiniões mais judiciosas, do que os atrasados.
“Pedir o homem conselhos aos Espíritos não é entrar em entendimento com potências sobrenaturais; é tratar com seus iguais, com aqueles mesmos a quem ele se dirigiria neste mundo físico; a seus parentes, seus amigos, ou a indivíduos mais esclarecidos do que ele.
Disto é que importa se convençam todos e é o que ignoram os que, não tendo estudado o Espiritismo, fazem ideia completamente falsa da natureza do mundo dos Espíritos e das relações com o além-túmulo.”
(Allan Kardec – A Gênese – Capítulo I – Caráter da revelação espírita, item 60).