“Todos os homens são médiuns. Todos têm um Espírito que os dirige para o bem, quando eles sabem escutá-lo. Quer alguns se comuniquem diretamente com ele, graças a uma mediunidade especial, quer outros só o escutem pela voz interna do coração e da mente. Isso pouco importa, pois é sempre o mesmo Espírito familiar que os acompanha. Chamai-o Espírito, razão, inteligência, será sempre uma voz que responde à vossa alma, dizendo-vos boas palavras. Acontece, porém, que nem sempre as compreendeis. Nem todos sabem agir de acordo com os conselhos da razão, não dessa razão que se arrasta e se enreda mais do que avança, dessa razão que se perde no emaranhado dos interesses materiais e grosseiros, mas da razão que eleva o homem acima de si mesmo, que o transporta para as regiões desconhecidas, flama sagrada que inspira o artista e o poeta, idéia divina que eleva o filósofo, impulso que arrebata os indivíduos e os povos, razão que o vulgo não pode compreender mas que eleva o homem e o aproxima de Deus, mais do que nenhuma outra criatura, entendimento que o conduz do conhecido ao desconhecido e o faz realizar os atos mais sublimes. Ouvi pois essa voz interior, esse bom gênio que vos fala sem cessar, e chegareis progressivamente a ouvir o vosso anjo da guarda, que vos estende a mão do alto do céu. Repito, a voz anterior que fala ao coração é a dos Espíritos bons. E é desse ponto de vista que todos os homens são médiuns.”
– CHANNING (O Livro dos Médiuns – Allan Kardec – Cap. 31, item 10).