Prontuário: Fascinação

Fascinação – Obras Póstumas, §7, n.56:

56. A obsessão consiste no domínio que os maus Espíritos assumem sobre certas pessoas, com o objetivo de as escravizar e submeter à vontade deles, pelo prazer que experimentam em fazer o mal.

Quando um Espírito, bom ou mau, quer atuar sobre um indivíduo, envolve-o, por assim dizer, no seu perispírito, como se fora um manto. Interpenetrando-se os fluidos, os pensamentos e as vontades dos dois se confundem e o Espírito, então, se serve do corpo do indivíduo, como se fosse seu, fazendo-o agir à sua vontade, falar, escrever, desenhar, quais os médiuns.

Se o Espírito é bom, sua atuação é suave, benfazeja, não impele o indivíduo senão à prática de atos bons; se é mau, força-o a ações más. Se é perverso e malfazejo, aperta-o como numa teia, paralisa-lhe até a vontade e mesmo o juízo, que ele abafa com o seu fluido, como se abafa o fogo sob uma camada d’água.

Fá-lo pensar, falar, agir em seu lugar, impele-o, a seu mau grado, a atos extravagantes ou ridículos; magnetiza-o, em suma, lança-o num estado de catalepsia moral e o indivíduo se torna um instrumento da sua vontade. Tal a origem da obsessão, da fascinação e da subjugação que se produzem em graus muito diversos de integridade.

À subjugação, quando no paroxismo, é que vulgarmente dão o nome de possessão. É de notar-se que, nesse estado, o indivíduo tem muitas vezes consciência de que o que faz é ridículo, mas é forçado a fazê-lo, tal como se um homem mais vigoroso do que ele o obrigasse a mover, contra a vontade, os braços, as pernas e a língua.

Fascinação – Revista Espírita, outubro de 1858, n.7:

Obsediados e Subjugados

7º O grau de constrangimento e a natureza dos efeitos que produz marcam a diferença entre a obsessão, a subjugação e a fascinação.

A obsessão é a ação quase permanente de um Espírito estranho, que faz com que a vítima seja induzida, por uma necessidade incessante, a agir nesse ou naquele sentido, a fazer tal ou qual coisa.

A subjugação é uma opressão moral que paralisa a vontade daquele que a sofre, impelindo-o às mais despropositadas ações e, freqüentemente, àquelas que mais contrariam os seus interesses.

A fascinação é uma espécie de ilusão, ora produzida pela ação direta de um Espírito estranho, ora por seus raciocínios capciosos, ilusão que altera o senso moral, falseia o julgamento e faz tomar o mal pelo bem.

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