Indicação de Leitura: cura de uma obsessão

CURA DE UMA OBSESSÃO

O Sr. Dombre, presidente da Sociedade Espírita de Marmande, manda-nos o seguinte:

“Com o auxílio dos Espíritos bons, em cinco dias livramos de uma obsessão muito violenta e perigosa uma mocinha de treze anos, em completo poder de um Espírito mau, desde 8 de maio último. Diariamente, às cinco horas da tarde, sem falhar um só dia, ela tinha crises terríveis, de causar piedade. Esta menina reside num bairro afastado e os pais, que consideravam a doença como epilepsia, nem mesmo falavam do caso. Todavia, um dos nossos, que mora nas vizinhanças, foi informado e uma observação mais atenta dos fatos o levou a reconhecer facilmente a verdadeira causa. Seguindo o conselho de nossos guias espirituais, imediatamente nos pusemos à obra. A 11 deste mês, às oito horas da noite, começaram nossas reuniões com vistas a evocar o Espírito, moralizá-lo, orar pelo obsessor e pela vítima e a exercer sobre esta uma magnetização mental. As reuniões ocorriam todas as noites e na sexta-feira, 15, a menina sofreu a última crise. Não lhe resta senão a fraqueza da convalescença, consequência de tão longas e tão violentas convulsões, e que se manifesta pela tristeza, pela languidez e pelas lágrimas, como nos havia sido anunciado. Éramos informados diariamente, pelas comunicações dos Espíritos bons, das diversas fases da moléstia.

“Essa cura, encarada noutros tempos como milagre, por uns, e como feitiçaria, por outros, pelo qual, segundo a opinião, teríamos sido santificados ou queimados, produziu certa sensação na cidade.”

Cumprimentamos os nossos irmãos de Marmande pelo resultado que obtiveram naquela circunstância e sentimo-nos felizes ao ver que aproveitam os conselhos contidos na Revista, a propósito de casos análogos relatados ultimamente. Assim, puderam convencer-se da força da ação coletiva, quando dirigida por uma fé sincera e uma ardente caridade.

Allan Kardec. Revista Espírita, fevereiro de 1864.

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